A palavra Moral deriva do latim mores, "relativo aos costumes".
Seria importante referir, ainda, quanto à etimologia da palavra "moral", que esta
se originou a partir do intento dos romanos traduzirem a palavra grega êthica.
E assim, a palavra moral não traduz por completo, a palavra
grega originária. É que êthica possuía, para os gregos, dois sentidos
complementares: o primeiro derivava de êthose
significava, numa palavra, a interioridade do ato humano, ou seja, aquilo que
gera uma ação genuinamente humana e que brota a partir de dentro do sujeito
moral, ou seja,êthos remete-nos
para o âmago do agir, para a intenção. Por outro lado, êthica significava também éthos, remetendo-nos para a
questão dos hábitos, costumes, usos e regras, o que se materializa na
assimilação social dos valores.1
A tradução latina do termo êthica para mores "esqueceu" o sentido de êthos (a dimensão pessoal do ato humano),
privilegiando o sentido comunitário da atitude valorativa. Dessa tradução
incompleta resulta a confusão que muitos, hoje, fazem entre os termos ética e moral.
A ética pode encontrar-se com a moral pois a
suporta, na medida em que não existem costumes ou hábitos sociais completamente
separados de uma ética individual. Da ética individual se passa a um valor
social, e deste, quando devidamente enraizado numa sociedade, se passa à lei. Assim, pode-se afirmar, seguindo este raciocínio, que não
existe lei sem uma ética que lhe sirva de alicerce.
Segundo José Ferrater Mora, os
termos 'ética' e 'moral' são usados, por vezes, indistintamente. Contudo, o
termo moral tem usualmente uma significação mais ampla que o vocábulo 'ética'.
A moral é aquilo que se submete a um valor. Hegel distingue
a moralidade subjetiva (cumprimento do dever, pelo ato de vontade) da
moralidade objetiva (obediência à lei moral enquanto fixada pelas normas, leis
e costumes da sociedade, a qual representa ao mesmo tempo o espírito objetivo).
Hegel considera que seja insuficiente a mera boa vontade subjetiva. É preciso
que a boa vontade subjetiva não se perca em si mesma ou se mantenha
simplesmente como aspiração ao bem, dentro de um subjetivismo meramente
abstrato. Para que se torne concreto, é preciso que se integre com o objetivo,
que se manifesta moralmente como moralidade objetiva. É a racionalidade da
moral universal concreta que pode dar um conteúdo à moralidade subjectiva da
mera consciência moral.2
Alguns dicionários definem
moral como "conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, éticas,
quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupos ou pessoa
determinada" (Aurélio Buarque de Hollanda), ou seja,
regras estabelecidas e aceitas pelas comunidades humanas durante determinados períodos
de tempo.
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